O que é:
É uma doença que atinge o polegar caracterizado por artrose da articulação conhecida como trapézio metacarpiana, resultando num desgaste articular levando ao contato direto entre os ossos. As mulheres são acometidas 3 vezes mais que os homens após os 40 anos.
Anatomia:
A articulação trapézio metacarpiana é do tipo selar, instável que permite os movimentos de preensão, oposição e circundação. Devido sua instabilidade é necessário estabilidade ligamentar na região e por isso é constituída por 16 ligamentos. A força de compressão na articulação trapézio metacarpiano é 12x maior aplicada na região durante o movimento de pinça e podendo chegar 20x durante a compressão máxima levando a sobrecarga mecânica da região.
Quadro clínico:
A principal queixa é a dor ao redor da articulação acometida no polegar. Inicialmente não é incapacitante podendo evoluir e dificultar atividades cotiadianas. Pode também ter dor em queimação do lado radial da mão e sensação latejante no membro. Há associação em 30% dos paciente com síndrome do túnel do carpo.
Causas:
As causas mais importantes são traumática, inflamatória e idiopática (sem causa estabelecida). A frouxidão ligamentar causa instabilidade na região levando a um aumento da pressão na articulação. Existem outros fatores associados como predisposição genética, sexo feminino, doenças inflamatórias (artrite reumatóide, gota), idade > 40 anos.
Diagnóstico:
É realizado com história clínica detalhada e exame físico minucioso. Existem alguns testes para a patologia como o ”grind test” que é realizado estabilizando a articulação do punho e faz-se uma compressão axial no eixo do polegar. Exames de imagem como radiografia (FIGURA 1) e tomografia computadorizada são usados como auxílio no diagnóstico mostrando o desgaste e grau de comprometimento da articulação acometida.
Tratamento
Existem duas formas de tratamento disponíveis, que são o tratamento conservador (sem cirurgia) e o tratamento cirúrgico. No entanto, ambas as formas visam retardar a progressão dos sintomas e impedir que o paciente tenha problemas durante as atividades rotineiras, já que não há cura para a artrose.
O tratamento conservador é indicado inicialmente para os pacientes e consiste:
- Uso de órtese para o polegar
- Terapia ocupacional
- Analgesia
- Fisioterapia
- Infiltração com corticóide
O sucesso do tratamento conservador depende do estágio de apresentação da doença, demanda funcional do uso da articulação do polegar e severidade dos sintomas.
A ausência de melhora com tratamento conservador e artrose grave da articulação acometida está indicado o tratamento cirúrgico e consiste basicamente em 4 opções cirúrgicas: prótese articular, artroplastia de suspensão, artrodese e osteotomia.
A prótese articular não apresenta bons resultados funcionais devido a alta mobilidade da articulação e necessidade de força.
A cirurgia mais clássica para rizartrose é a artroplastia de suspensão que consiste na substituição do osso trapézio e realização da estabilização da região com um tendão ( os mais utilizados – abdutor longo polegar ou fita do flexor radial do carpo).
Artrodese (fusão dos ossos) é mais indicado em paciente jovens com alterações pós traumáticas, já a osteotomia tem a função de distribuir a carga no polegar. Sendo essas opções de tratamento aceitas na literatura mas pouco usada.